Rio de Janeiro – O meia Valdivia, bem conhecido pelos brasileiros, foi um dos destaques da partida, não tanto pelo futebol, mas por conseguir um feito e tanto no Maracanã em se tratando de uma Copa do Mundo. O jogador teve seu nome gritado em bom som por torcedores chilenos e brasileiros. O técnico Jorge Sampaoli acatou os pedidos e colocou o jogador em campo, no fim da partida.
Para o meia, foi uma surpresa o carinho do povo. “Não esperava a reação da torcida pedindo a minha entrada. Isso me emocionou muito. Não sabia que era tão querido pelos chilenos e pelos brasileiros também”, disse. “Hoje (quarta-feira) foi um dia estranho. Um brasileiro (Diego Costa) sendo vaiado e um chileno sendo aplaudido”.
Empolgado, Valdivia definiu a vitória como um “novo Maracanazo” e, para ele, a maior da história do futebol chileno. “Colocaria essa vitória em primeiro lugar no futebol chileno. Acho que a torcida pensa assim também. Sabemos da enorme alegria que está tomando conta do país. Espero que não acabe”.
Por opção do técnico, o jogador ficou no banco de reservas, mas demonstrou que, se depender dele, será por pouco tempo. “Estou focado na partida com a Holanda. Hoje (quarta) joguei pouco, então vou treinar como um condenado para conquistar um lugar na equipe”, garantiu.
Questionado sobre a possibilidade de se confrontar com o Brasil nas oitavas de final, dependendo dos resultados da última rodada, o meia desconversou. “Nossa preocupação é com a Holanda, não queremos saber o que vai acontecer com o Brasil”.
Para ele, na verdade, o Chile fez um favor para a seleção brasileira. “Ficamos muito felizes por termos eliminado a Espanha, um campeão mundial, e acho que o Brasil também ficou porque tiramos um favorito do caminho dele”, brincou.
Pés no chão
O Chile que entusiasmou milhares de torcedores nas ruas e nas arquibancadas do Maracanã é um time com os pés no chão. Nem mesmo a vitória incontestável sobre a Espanha nesta quarta-feira, que garantiu o selecionado sul-americano nas oitavas de final da Copa e mandou os atuais campeões do mundo mais cedo para casa, foram suficientes para vislumbrar os jogadores.
Mas eles reconhecem que a atual geração, com Claudio Bravo, Vargas, Aránguiz e Vidal, é uma das melhores de todos os tempos e pode fazer história nesta Copa do Mundo.
“Nos classificamos jogando bem. Ganhamos as duas primeiras partidas e estou muito contente com o time porque a equipe demonstrou que vai dar o que falar”, disse Vidal, logo após a partida. “É uma grande equipe, com grandes jogadores. Tínhamos consciência de que deveríamos pensar só no que queríamos e conseguimos”, destacou o volante Diaz.
O jogador do Basel, contudo, não quis fazer prognósticos sobre as reais chances do Chile na Copa do Mundo. “Temos muitos jogadores de muito bom nível”, afirmou, “mas vamos saber ainda até onde podemos chegar. Vamos jogar de igual pra igual contra a Holanda”.
Autor de duas grandes defesas na partida, o goleiro Claudio Bravo recebeu elogios da imprensa espanhola, que nesta quarta dava como certa a sua transferência da Real Sociedad para o Barcelona. Mas ele, que não quis confirmar a transferência, preferiu dividir os méritos com os demais jogadores.
“É para isso que serve um goleiro, para intervir, dar uma mão para a equipe quando é preciso”, frisou. “Foi uma grande atuação dos 11 jogadores que estiveram em campo e daqueles que entraram. Foi uma atuação redonda em todos os sentidos”.
Bravo também falou sobre a preparação para enfrentar a Espanha, que vinha de goleada e precisava vencer para seguir viva na Copa do Mundo.
“Não achei a partida fácil em nenhum momento”, garantiu, apesar dos 2 a 0 anotados ainda no primeiro tempo. “Era uma partida importante tanto para nós quanto para eles. Temos um planejamento claro, fizemos uma partida perfeita e saímos vitoriosos”.