Conheça as teorias da conspiração sobre o naufrágio do Titanic

Fim trágico dos cinco ocupantes do Titan fez boatos antigos sobre o famoso navio ressurgirem na internet

Reino Unido- Mais de um século após seu naufrágio, o Titanic continua gerando teorias e lendas inverossímeis, como a que afirma que ele não afundou, revivida nesta semana pelo desaparecimento do submersível Titan, que faria uma visita aos destroços do transatlântico, no fundo do mar.

(Foto: Reprodução OceanGate/Andrea Gatti/ Ken Marshall)

A extravagância do Titanic e sua trágica história inspiraram tanto Hollywood quanto a literatura e fizeram milhões de pessoas ao redor do mundo sonharem ou se emocionarem. A trágica expedição que matou os cinco ocupantes foi acompanhada pela mídia do mundo todo e mais uma vez reviveu as teorias sobre o famoso transatlântico.

Entre todas as ideias, a mais perturbadora lança dúvidas sobre o naufrágio do navio, em 12 de abril de 1912, nas águas geladas do Atlântico Norte, e o desaparecimento de centenas de seus passageiros.

“O Titanic nunca afundou de verdade”, afirma um vídeo do TikTok intitulado The Deep Dive, com mais de 4 milhões de visualizações.

“Todos conhecem a história desse navio imparável que afundou após colidir com um iceberg, mas pode não ser o caso”, diz o vídeo, que garante que o Titanic foi trocado por outro transatlântico, o Olympic.

O vídeo faz alusão à teoria de que a empresa que construiu o transatlântico afundou deliberadamente o Olympic, outro navio de sua frota, como parte de uma fraude de seguro.

(Foto: Divulgação/Agência Marcos Pontes)

O algoritmo do TikTok e seu sistema de recomendações fazem dessa rede social uma plataforma para a disseminação de teorias da conspiração, explicam os especialistas.

“Facilita a difusão desse tipo de conteúdo”, disse à AFP Megan Brown, pesquisadora do Centro de Redes Sociais e Política da Universidade de Nova York.

Embora a plataforma pretenda remover conteúdos que possam causar “danos significativos” às pessoas ou à sociedade (como violência ou assédio), ela permite a circulação de outros tipos de informação, aparentemente inofensivo.

Segundo os pesquisadores, o grande dilema das redes sociais é combater a desinformação sem dar aos usuários a impressão de cercear sua liberdade de expressão.

Os historiadores temem que as teorias da conspiração afetem toda uma geração de jovens, para quem plataformas como o TikTok costumam ser a única fonte de informação.

“O triste é que muitos dos que seguem essas coisas são adolescentes”, lamenta Charles A. Haas, fundador da Titanic International Society, que se dedica a pesquisas sobre o transatlântico.

“Eles não estão absolutamente dispostos a fazer uma investigação” de verdade, afirmou Haas nas colunas do jornal The New York Times.

Os jovens se informam cada vez mais pelos influenciadores do TikTok, e não pela mídia, de acordo com um relatório publicado em junho pelo Instituto Reuters, com sede no Reino Unido.

De acordo com esse relatório, 55% dos usuários do TikTok e Snapchat e 52% dos usuários do Instagram se informam com “personalidades” da internet, em comparação com uma faixa entre 33% e 42% que preferem as contas dos veículos de comunicação e de jornalistas nessas mesmas plataformas.

(Foto: Divulgação/Agência Marcos Pontes)