Ucrânia – A inteligência militar da Ucrânia (HUR) divulgou nesta semana o que afirma ser uma interceptação de ligação entre dois soldados russos relatando um caso de canibalismo na linha de frente da guerra na Ucrânia.

(Foto: Reprodução HUR)
Na gravação, um dos militares relata que um soldado, identificado pelo apelido de Brelok, matou um companheiro chamado Foma e sobreviveu por duas semanas se alimentando dos restos mortais dele.
A conversa traz termos do jargão militar russo, como a expressão “200”, utilizada para se referir a mortos em combate. Segundo o HUR, o episódio ocorreu em uma das frentes de batalha, mas a localização exata não foi informada.
Desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, a inteligência de Kiev tem divulgado interceptações de comunicações russas e divulgado conversas com teor exótico entre os soldados de Moscou.
Recrutamento de criminosos
O caso chamou atenção pelo histórico dos recrutamentos feitos pela Rússia durante o conflito. Diversas unidades são compostas por criminosos que aceitaram lutar na guerra em troca de anistia, segundo a inteligência ucraniana.
Entre os homens enviados ao front estão Dmitry Malyshev, condenado por matar três pessoas e comer o coração de uma delas, e Alexander Maslennikov, condenado por estuprar, matar duas mulheres e usar um moedor de carne para esquartejá-las. Ambos foram libertados em 2023 para integrar as forças russas.
Vale ressaltar que Malyshev e Maslennikov não foram citados nominalmente na interceptação ucraniana divulgada na última semana que tratou do caso de canibalismo.
Os dois foram fotografados usando uniformes militares e deram entrevistas nas quais afirmaram lutar pela preservação dos valores russos. Malyshev chegou a descrever, em depoimento, como fritou o coração de uma de suas vítimas, enquanto Maslennikov matou duas mulheres após convidá-las para sua casa.