EUA –Khalid Sheikh Mohammed, considerado o cérebro dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, estava prestes a fazer um acordo de confissão que lhe permitiria evitar a pena de morte, mas uma intervenção de última hora da administração Biden impediu que isso acontecesse.

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Mohammed, acusado de planejar os ataques da Al-Qaeda que resultaram na morte de quase 3 mil pessoas, deveria ter se declarado culpado em um tribunal militar em Guantánamo, Cuba, na sexta-feira passada.
No entanto, uma decisão temporária do tribunal federal de apelações do Distrito de Columbia bloqueou o acordo, alegando que uma análise mais profunda seria necessária antes de uma decisão final.
A administração Biden, que inicialmente apoiava o acordo de confissão, agora busca impedir que ele seja concretizado, argumentando que os crimes cometidos por Mohammed são graves demais para que a pena de morte seja descartada.
O acordo de confissão, que levou mais de dois anos para ser negociado, envolvia Mohammed e dois co-arguidos, Walid bin Attash e Mustafa al-Hawsawi.
Em troca de se declararem culpados por 2.976 assassinatos, os três homens receberiam penas de prisão perpétua e se comprometeriam a responder às perguntas das famílias das vítimas.
Contudo, a cláusula do acordo que impede os procuradores de solicitar a pena de morte após a confissão de culpa foi uma das razões pelas quais o governo dos EUA procurou reverter a decisão.
O Secretário de Defesa, Lloyd Austin, argumentou que os crimes de 11 de setembro são tão graves que a pena de morte deve ser considerada.
Apesar da resistência do governo, as famílias das vítimas estão divididas sobre como o caso deve ser tratado. Algumas, como Ken Fairben, que perdeu seu filho nos atentados, apoiam o acordo de confissão, acreditando que ele representaria algum tipo de avanço, mesmo que não seja um “encerramento” definitivo.
O caso continua a gerar discussões intensas, refletindo a complexidade da busca por justiça mais de duas décadas após os ataques.