Inglaterra – O ex-policial britânico David Carrick, de 48 anos, foi condenado na última terça-feira (7) à prisão perpétua por estuprar 48 vezes ao menos 12 mulheres entre 2003 e 2020. O ex-agente da renomada Scotland Yard também é suspeito de obrigar uma companheira a limpar a casa nua, além de tratar outras vítimas como animais.
Carrick, que trabalhava em uma unidade especial de proteção a parlamentares e diplomatas estrangeiros, foi processado por 85 crimes, 71 deles sexuais. A juíza britânica Bobbie Cheema-Grubb condenou o ex-policial a 36 penas de prisão perpétua, as quais ele só poderá solicitar liberdade condicional em 2053.
De acordo com a Promotoria, as vítimas dos crimes relataram que Carrick utilizava objetos como chicotes para agredi-las, além de assobiar para elas como se faz com animais.
Em depoimentos, as mulheres contaram que eram chamadas de escravas pelo ex-agente. Uma das vítimas, inclusive, contou que o britânico a obrigava a fazer tarefas domésticas sem roupa.
Ainda segundo a Promotoria, Carrick se utilizava da posição de privilégio e prestígio dentro da Scotland Yard para transmitir uma sensação de segurança às companheiras. No entanto, o ex-policial controlava a vida financeira das vítimas e as isolava de pessoas mais próximas.
O caso de Carrick agrava a crise de confiança nos agentes de segurança pública do país. Um relatório publicado em novembro revelou deficiências na seleção e controle dos policiais londrinos, entre os quais foram denunciados comportamentos misóginos e sexistas.
Na terça-feira, a polícia anunciou ainda que outro policial de Londres foi acusado de estupro.
Uma associação de defesa das mulheres protestou em janeiro em frente à sede da Scotland Yard com 1.071 maçãs podres, o número de agentes da instituição acusados de crimes sexuais e violência de gênero.