Tel Aviv – Israel tem mais um dia de protestos contra a reforma do Judiciário, nesta quinta-feira (9). Manifestantes ocupam as ruas para se opor à proposta pelo governo de Benjamin Netanyahu, que reduz os poderes da Suprema Corte do país. As mobilizações populares começaram há dois meses e têm como motivação uma ideia de defesa da democracia.
O atual primeiro-ministro e seus aliados argumentam que a Suprema Corte está politizada e que a mudança permitiria anular decisões da corte e ter mais controle sobre a nomeação de juízes.
As manifestações se concentraram hoje nos arredores do aeroporto de Tel Aviv e as vias de acesso foram bloqueadas antes da chegada do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, que visita o país.
“Sou o último a se pronunciar contra os protestos. Protestar é permitido. Protestei por décadas. Protesto, grite – isso é democracia. A anarquia não pode ser permitida – esse é o meu comando para os policiais”, disse o comissário de polícia, Kobi Shabtai, à imprensa israelente.
No centro de Tel Aviv, centenas de pessoas se reuniram com bandeiras de Israel e gritando palavras de ordem como “democracia” e “liberdade”. Vários policiais observavam de perto, mas não houve confronto.
Netanyahu enfrenta também uma violência crescente na Cisjordânia desde que chegou ao poder em dezembro. Os confrontos entre palestinos e forças israelenses resultaram na morte de pelo menos 75 pessoas desde o íncio do ano.
Analistas temem uma escalada ainda maior do conflito ao redor dos locais sagrados de Jerusalém durante o mês de jejum muçulmano do Ramadã, que começa no fim de março, e a Páscoa judaica, no início de abril.
“Estamos no meio de um ciclo de violência que deve ser interrompido imediatamente”, afirmou na quarta-feira o enviado da ONU para a Paz no Oriente Médio, o diplomata norueguês Tor Wennesland.