O que é o Estreito de Ormuz e o que ele significa no conflito entre Israel e Irã?

Passagem estratégica é ponto crucial no comércio global de petróleo e pode gerar impactos econômicos e militares

O Estreito de Ormuz, uma estreita passagem marítima que conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e ao Mar Arábico, está no centro das atenções em meio à escalada do conflito entre Irã e Israel, intensificada após os ataques aéreos de sexta-feira (13) e sábado (14).

(Foto: Divulgação/Nasa)

Isso porque o Irã considera fechar o estreito, uma medida que poderia disparar os preços do petróleo e intensificar a crise na região. A informação foi divulgada pelo parlamentar conservador iraniano Esmail Kosari à agência estatal do país, IRINN.

Por que o Estreito de Ormuz é tão importante

O Estreito de Ormuz é a única entrada marítima para o Golfo Pérsico, com apenas 33 km de largura no ponto mais estreito. A passagem, vulnerável a ataques e bloqueios, separa o Irã de Omã e dos Emirados Árabes Unidos.

De acordo com a Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos, cerca de 20% do consumo global de petróleo passa por essa hidrovia, o que a torna o “ponto de estrangulamento de trânsito de petróleo mais importante do mundo”.

Diferentemente do Estreito de Bab al-Mandeb, no Mar Vermelho, que pode ser contornado por rotas mais longas ao redor da África, não há alternativa marítima para acessar o Golfo Pérsico sem passar por Ormuz, segundo a emissora Al Jazeera.

A hidrovia já foi palco de conflitos no passado. Durante a Guerra Irã-Iraque (1980-1988), ambos os países atacaram navios comerciais no Golfo Pérsico na chamada Guerra dos Petroleiros, embora o estreito nunca tenha sido completamente fechado.

Em 2019, quatro navios foram atacados perto de Ormuz, na costa de Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos, em meio a tensões entre Irã e os Estados Unidos. Washington atribuiu a responsabilidade aos iranianos, que negaram as acusações.

Apesar das ameaças, não está claro se o Irã tem a capacidade ou a intenção de fechar o estreito. Tal ação provavelmente provocaria uma resposta militar dos Estados Unidos, que mantêm forte presença naval na região.