Canadá – Enquanto pessoas do mundo inteiro discutiam se o oxigênio dentro do submersível Titan seria suficiente para manter os cinco tripulantes vivos, eles, provavelmente, já estavam mortos. Segundo especialistas, a implosão ‘catastrófica’, causada pela pressão da água do fundo do mar, esmagou a embarcação e matou os passageiros instantaneamente, deixando seus corpos despedaçados.
A cápsula, da empresa OceanGate, era feita de fibra de carbono, material experimental e ainda não testado em grandes profundezas, teria sofrido uma pressão externa que equivale, aproximadamente, ao peso da Torre Eiffel, de 10 mil toneladas, em ferro.
A força da água causaria uma série de explosões, que fariam o veículo desaparecer em questão de segundos, quase sem deixar vestígios, e os passageiros morreriam no momento em que a massa de água os atingisse, explicou à NBC News o professor Paul White, da Universidade de Southampton, na Inglaterra, especialista em acústica e forças subaquáticas
Ele afirmou que a força da pressão da água do mar profundo é tão colossal e imediata que faria o veículo sumir antes mesmo que algum tripulante pudesse imaginar o que estava acontecendo. Os passageiros eram Stockton Rush, Shahzada Dawood e seu filho, Suleman Dawood, Hamish Harding e Paul-Henri Nargeolet.
Para ilustrar o que disse, White pediu para as pessoas pensarem na sensação de peso no nariz e nas orelhas, causada pela pressão da água, quando mergulham no fundo de uma piscina. “É assim, mas mil vezes mais.”
O Titanic está, segundo o professor, a uma profundidade de cerca de 12.500 pés (quase 4 quilômetros), onde a pressão da água é quase 400 vezes maior do que na superfície do oceano. Dessa forma, cada centímetro quadrado do exterior do Titan recebia uma pressão de, aproximadamente, 6.000 libras.
De acordo com o monitoramento da Marinha dos Estados Unidos, foi perdido o contato com o submarino cerca de 1h45 depois de seu mergulho. Dados acústicos identificaram “uma anomalia consistente com implosão ou explosão” perto do local onde o Titan estava quando saiu dos radares no domingo, disse um oficial sênior da Marinha.
Quatro dias mais tarde, foram localizados apenas alguns destroços, o que confirma a natureza violenta da implosão, o que torna qualquer tentativa de recuperação da embarcação e de seus passageiros problemática.
Para o Dr. Nicolai Roterman, ecologista de águas profundas da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, a recuperação de qualquer corpo apresentaria ‘desafios substanciais’. “E acho que a prioridade, neste momento, é a recuperação do máximo de destroços possível”, comentou, opinando sobre o que pode contribuir para elucidar o caso.