Comitês financeiros e partidos arrecadaram R$ 75 milhões no Amazonas

Valor é 36,42% superior aos R$ 55,032 milhões angariados pelos partidos e comitês em 2010, segundo a Justiça Eleitoral.

Manaus – Treze comitês financeiros únicos e dez direções estaduais de partidos políticos que disputaram as eleições este ano no Amazonas arrecadaram, juntos, R$ 75 milhões, segundo dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

O valor é 427,5% maior do que o total arrecadado nas eleições de 2012 e 36,42% superior aos R$ 55,032 milhões angariados pelos partidos e comitês em 2010, segundo a Justiça Eleitoral.
 
Nas eleições deste ano, os comitês e direções partidárias gastaram R$ 77,3 milhões com pagamento de pessoal, alimentação, publicidade e doações para candidatos.
 
Os dados estão disponíveis nas prestações de contas entregues à Justiça Eleitoral em novembro deste ano. De acordo com os dados do TSE, o PMDB foi o partido político que mais arrecadou nas eleições no Amazonas.

Os R$ 33,324 milhões arrecadados pelo partido político, sendo R$ 6,040 milhões pelo comitê financeiro único e R$ 27,2 milhões pela direção estadual do PMDB, segundo o TSE, foram destinados, entre outros, à candidatura do senador e presidente estadual do partido, Eduardo Braga, ao governo do Estado e aos deputados estaduais candidatos à reeleição. 
 
Nas eleições de 2012 e de 2010, o PMDB também ficou em primeiro lugar no ranking dos partidos políticos com maior volume de arrecadação em bens estimáveis e em dinheiro. Em 2012, o partido político não tinha candidato à Prefeitura de Manaus, mas foi o principal apoiador da candidatura da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) ao Executivo. Em 2010, o partido disputou a eleição para o Senado.
 
Ao longo dos três meses de campanha eleitoral, o PMDB informou à Justiça Eleitoral ter gasto R$ 33,1 milhões. Deste valor, R$ 6,039 milhões foram gastos pelo comitê financeiro único e R$ 27,1 milhões foram gastos pela direção estadual do partido político.

O recém-criado PROS, liderado no Amazonas pelo governador reeleito, José Melo, é o segundo no ranking com maior volume de recursos arrecadados ao longo da campanha eleitoral deste ano, segundo o TSE.
 
De acordo com os dados da Justiça Eleitoral, nas eleições deste ano, as primeiras que o partido político disputou, o PROS arrecadou R$ 17,9 milhões. Deste valor, R$ 10,8 milhões foram destinados ao comitê financeiro único e R$ 7,189 milhões à direção estadual do partido político no Amazonas.
 
Segundo a prestação de contas entregue pelo PROS à Justiça Eleitoral, o partido político gastou, integralmente, os recursos recebidos por meio do comitê financeiro e R$ 7,167 milhões dos R$ 7,189 milhões destinados à direção estadual do PROS.

O PSDB, comandado no Amazonas pelo prefeito de Manaus, Arthur Neto, recebeu R$ 14,2 milhões ao longo do período eleitoral este ano. 

Deste valor, R$ 8,835 milhões foram doados à direção estadual do partido, presidida pelo deputado federal eleito, deputado estadual Arthur Bisneto, e R$ 5,4 milhões foram destinados ao comitê financeiro único. Entre os candidatos do Amazonas a uma vaga em parlamento, Arthur Bisneto teve a campanha eleitoral mais cara.
 
Entre as demais direções partidárias estaduais, a do PTN foi a que arrecadou o maior volume de recursos durante a campanha eleitoral deste ano, segundo os dados disponibilizados pelo TSE. 

O partido político informou que dos R$ 4,115 milhões arrecadados foram gastos R$ 4,114 milhões para as candidaturas à Assembleia Legislativa do Estado (ALE).

Comitê para gerir recursos

De acordo com a Resolução 43.406/14 do TSE, os diretórios dos partidos políticos podem constituir comitês financeiros para arrecadar recursos e aplicá-los nas campanhas eleitorais.

A Lei das Eleições (9.504/97) estabelece que o partido político pode criar um único comitê para todos os cargos em disputa ou vários comitês, desde que preste contas da movimentação financeira.

Assim como o PMDB, DEM, PROS, PSDB, PSD e o PCdoB também constituíram comitês financeiros para a campanha eleitoral e receberam recursos pelo diretório estadual e pelo comitê.
 
O PSD, liderado pelo ex-governador do Estado eleito senador, Omar Aziz, recebeu R$ 1,4 milhão, sendo R$ 1,1 milhão pelo comitê e R$ 300 mil pela direção do partido político. O PCdoB recebeu R$ 1,045 milhão, sendo R$ 994,5 mil pelo comitê financeiro e R$ 51,4 mil pela direção do partido político. Ambos informaram ter gasto integralmente os recursos recebidos.
 
O comitê financeiro único constituído pelo PT, que reelegeu a presidente da República, Dilma Rousseff, recebeu no Amazonas R$ 828,9 mil para as eleições deste ano. Ao final do período eleitoral, o partido político informou ao TSE que gastou R$ 1,012 milhão, finalizando a campanha com um déficit de R$ 183,2 mil.
 
PRP, PSB, PSTU, PPS e DEM foram os partidos políticos que declararam ter arrecadado menos recursos ao longo da campanha. Juntos, os comitês financeiros receberam R$ 25,7 mil e gastaram R$ 26,4 mil no período eleitoral.
 
De acordo com o TSE, PV, PSOL, PEN, PTdoB, SDD, PDT, PSL, PSC, PCB, PSDC, PRTB, PMN e PTC não prestaram contas de movimentação financeira ao longo da campanha eleitoral.

Doações para candidatos foram os principais gastos

As doações para os candidatos foram os principais gastos dos partidos e comitês financeiros únicos de campanha, segundo os dados informados à Justiça Eleitoral nas prestações de contas.
 
Dos R$ 77,3 milhões gastos pelos comitês financeiros e direções partidárias, R$ 47,3 milhões (61,28%) foram destinados às doações para candidatos que disputam as eleições este ano. 
De acordo com dados das contas disponibilizadas para consulta pelo TSE, 62% das doações financeiras dos partidos políticos e comitês financeiros foram destinados aos candidatos à Assembleia Legislativa do Estado (ALE) e à Câmara dos Deputados.
 
O pagamento de pessoal foi o segundo maior gasto dos comitês financeiros únicos e direções partidárias nestas eleições. De acordo com o TSE, foram destinados R$ 4,053 milhões para o pagamento com pessoal. Das dez direções partidárias e 13 comitês financeiros únicos que declararam despesas durante o período eleitoral, as que mais destinaram recursos para o pagamento com pessoal foram o PMDB e o PSDB, com aproximadamente R$ 1 milhão, cada, em gastos com os colaboradores da campanha eleitoral.
 
Entre os gastos estão ainda R$ 3,4 milhões com publicidade durante a campanha eleitoral. Deste valor, R$ 835 mil foram destinados pelos comitês financeiros únicos e R$ 2,5 mil pelas dez direções partidárias que declararam despesas com publicidade (banners, faixas, santinhos, cartazes, bandeiras, etc). 
Dentre as direções, os maiores gastos com propaganda foram declarados por PMDB e PROS, que disputaram, este ano, o segundo turno das eleições para o governo do Estado.