CPI da Pedofilia na ALE estuda desacelerar ritmo de trabalho

Deputados decidem, nesta terça-feira, se suspendem ou reduzem número de reuniões

Manaus – Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) estão avaliando suspender os trabalhos da comissão, ou mesmo desacelerar o ritmo de trabalho, durante o período eleitoral, para poderem trabalhar na campanha e não  atrapalhar as investigações, segundo os deputados Orlando Cidade (PTN) e Luiz Castro (PPS), membros da Comissão. 

Segundo o relator da CPI, Orlando Cidade, o assunto ainda não foi definido, mas foi discutido  antes de instalar a comissão na Casa. “Isso foi discutido antes da CPI ser instalada. De que teríamos que suspender os trabalhos quando chegasse próximo à eleição, até porque muitos de nós serão candidatos.  Mas isso ainda deve ser decidido no seio da comissão nos próximos dias”, disse. 

Luiz Castro explicou que, talvez, não seja necessário suspender os trabalhos da CPI, mas apenas desacelerar o ritmo das investigações.

“Suspender os trabalhos, talvez seja prejudicial para o bom andamento da comissão. Acredito que vamos apenas desacelerar o ritmo de trabalho por conta até da agenda que alguns colegas (deputados), muitas vezes, precisam cumprir no interior”, afirmou.

Ele acredita que, durante a Copa, a CPI vai atuar normalmente, com exceção dos feriados, e defende que o ritmo de trabalho seja desacelerado apenas nos meses de setembro e outubro, mais próximo à eleição. “Talvez, a partir de setembro, possamos realizar apenas uma reunião por semana, em vez de duas. Diminuir é a melhor opção. Suspender não”, disse. 

O presidente da CPI, deputado Abdala Fraxe (PTN), disse, na última quinta-feira, que o assunto ainda não foi tratado na comissão e poderá ser discutido na próxima reunião, prevista para acontecer nesta terça-feira. Ele disse, ainda, que não cogitou suspender os trabalhos, por entender que  não há necessidade. “Não tem motivo para suspender. Até porque, na teoria, nem os trabalhos da ALE devem ser prejudicados por conta da eleição”, disse.

   A reportagem tentou contato com os demais membros da CPI, deputados Ricardo Nicolau (PSD) e Conceição Sampaio (PP), mas  não obteve retorno. 

A CPI foi instalada no dia 9 de abril, após manifestações realizadas em frente à ALE. Na época, os deputados tinham o entendimento de que a CPI deveria ser instalada só após as eleições para que os trabalhos da comissão não fossem usados de forma ‘eleitoreira’, como explicou, na época, o deputado Abdala, e também para que não fossem prejudicados pela ausência de deputados que estariam em campanha no interior. 

A CPI tem o prazo de  120 dias, ou seja até agosto, podendo ser prorrogada, por determinação da presidência. Segundo Abdala, a considerar a pequena  quantidade de denúncias que a CPI vem recebendo, o prazo poderá ser prorrogado. A  previsão de gastos com os trabalhos da comissão é de mais de R$ 400 mil.

 Abdala acredita que as pessoas ainda têm medo de denunciar, mas preferiu não comentar  os motivos.  

 Luiz Castro avalia que o medo das pessoas em denunciar se dá pelo clima de impunidade em relação a outros casos já denunciados.

“Nós quase não temos recebido novas denúncias, mas recebemos muitas cobranças de denúncias antigas. A impunidade tem deixado as pessoas com medo de denunciar. As pessoas estão vendo que, em vários casos, não houve julgamento, não houve resposta, e  ficam com medo”, disse.

 Denúncias 

A CPI da Pedofilia tem recebido denúncias através do e-mail: [email protected] ou pelo telefone: 3183-4581.

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