Manaus concentra 93,8% da riqueza produzida na região metropolitana

Polo Industrial  é responsável por tornar Manaus a segunda maior concentração do País, depois de Brasília.

Manaus – A distribuição da produção econômica na região metropolitana de Manaus é  93,8%  gerada no seu núcleo, no caso, a  capital, a segunda maior concentração do País neste tipo de comparação, depois de Brasília. Das 15 regiões metropolitanas, Manaus está em 13º no ranking que compara a capital e as suas  periferias, formando um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 53,1 bilhões, com base nos dados de 2012. É o que aponta o estudo  ‘Equilíbrios e Assimetrias na Distribuição da População e do PIB entre Núcleo e Periferia nas 15 Principais Regiões Metropolitanas Brasileiras’ divulgado pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon).

O PIB é a soma de todas as riquezas geradas na economia, no período de um ano.
O  trabalho feito pelo Instituto Brasiliense de Estudos da Economia Regional (Ibrase)  aponta que a fatia dos municípios vizinhos  na geração das riquezas em relação à  metrópole é muito pequena. “A participação da periferia metropolitana mostra-se pífia, com 6,2%, enquanto que a capital é de 93,8%. Ou seja, a indústria toda está concentrada em Manaus. A periferia fica desprovida”, disse o vice-presidente do Cofecon, Júlio Miraguaya.

“Ainda não há necessidade de haver o espraiamento da indústria aos municípios vizinhos do Amazonas, por causa da força do Polo Industrial de Manaus (PIM) e da grande extensão territorial da cidade. Pode ser que isso ocorra no futuro”, avalia o dirigente.
 
Outro lugar similar à Manaus é a capital federal, aponta o estudo. “O caso de Brasília é ainda mais alarmante, pois sua periferia participa com apenas 5,5% do PIB metropolitano”, disse Miriguaya.

De acordo com o vice-presidente, do ponto de vista econômico e social isso é muito ruim. “Porque haverá uma maior concentração de renda e, com isso, uma desigualdade social também maior. Ocorre um desequilíbrio nas atividades econômicas e perdas de oportunidades”, destacou.

Mas a maior fatia da distribuição do PIB não é exclusiva das regiões metropolitanas. Em cinco metrópoles, a participação das periferias no PIB metropolitano supera a dos núcleos, casos de Campinas (61,2%), Porto Alegre (59,5%), Belo Horizonte (57,0%), Recife (52,7%) e Vitória (52,7%). Em outras metrópoles, embora minoritárias, as participações das periferias metropolitanas são relevantes: Salvador (45,3%), Curitiba (43,5%), Santos (37,2%), Belém (36,3%), São Paulo (35,4%), Goiânia (34,2%), Rio de Janeiro (32,0%) e Fortaleza (27,2%).

Para o dirigente do Cofecon, as áreas com maior concentração industrial são as que se sobressaem nas riquezas. “Deve-se destacar que as periferias com maior participação no PIB metropolitano são justamente aquelas que alcançaram maiores níveis de industrialização. É precisamente o baixíssimo grau de industrialização das periferias metropolitanas de Brasília e de Manaus que explicam a baixa participação no PIB metropolitano de ambas. Mas essa participação vem crescendo de forma progressiva a cada ano”, disse o vice-presidente.

Para IBGE, capital detém  77% do PIB do Amazonas

No último dado consolidado do PIB das cidades divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que, em 2012, Manaus  manteve a mais elevada concentração das riquezas da capital em relação ao Estado, mesmo com a menor participação em cinco anos, com 77% da fatia do PIB amazonense, seguida por Coari, com 4%.

Os cinco maiores municípios que incluem, ainda, Itacoatiara, Manacapuru e Parintins, representaram 85,7% do PIB estadual. De acordo com o IBGE, nesse comparativo, o Amazonas deteve a segunda maior concentração das riquezas, atrás apenas do Amapá, onde as cinco maiores concentravam 87,1% na geração das riquezas.

De acordo com o levantamento das contas nacionais do IBGE, a queda da atividade industrial reduziu a participação de Manaus na geração de riquezas do País, em 2012, em 0,1%, mas ainda manteve a capital na sexta posição entre as cidades com o maior Produto Interno Bruto (PIB), com R$ 49,8 bilhões, naquele ano.

Os cinco municípios do Amazonas com o menor PIB estadual foram Japurá, com R$ 42,5 milhões, seguido por Itamarati, Amaturá, Anamã e Juruá, este com R$ 62,5 milhões. A diferença entre o PIB de Manaus com o de Japurá foi 587 vezes maior.

Em 2012, as posições ocupadas pelos dez municípios mais ricos do Estado praticamente se mantiveram na comparação com o ano anterior. As únicas alterações foram na nona posição onde Maués cedeu lugar para Lábrea e caiu para 12ª posição. Na 10ª  posição, Iranduba cedeu lugar para Rio Preto da Eva e caiu para o 11ª lugar.

No primeiro caso, Maués perdeu participação nos impostos, na agropecuária, nos serviços e na administração. Enquanto Lábrea aumentou sua participação na agropecuária, nos serviços e na administração. No segundo caso, Iranduba teve queda expressiva na agropecuária e na administração. Enquanto Rio Preto da Eva aumentou sua participação na agropecuária, na indústria e nos serviços.