Rio de Janeiro- A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) divulgou uma nota de repúdio sobre uma fala de Fernanda, do BBB 24, nesta quarta-feira (20). Em uma conversa com os colegas de confinamento, a sister falou sobre a rival Beatriz afirmando que ela era “dodói” e que “estava faltando cromossomo ali”. As informações são do site metrópoles.

(Foto: Reprodução/ Globo)
Após a repercussão do ocorrido no reality show, a federação publicou uma nota por meio do Instagram, onde definiu a fala como capacitista e discriminatória.
“Por meio desta nota, expressamos veemente nosso repúdio as falas capacitistas e discriminatórias proferidas pela participante do reality show Big Brother Brasil 2024, Fernanda Bande, em relação às pessoas que têm alteração cromossômica”, começou o texto.
A entidade lembrou que o episódio aconteceu na semana em que se comemora o dia nacional e internacional da síndrome de Down.
“E lamentável, que em plena semana na qual se comemora o dia nacional e internacional da síndrome de Down, dia 21 de março, cujo propósito é trazer esclarecimentos e informações acerca dessa condição genética e eliminar o preconceito ainda existente na sociedade, que um programa repercutido nacionalmente propague esse tipo de conteúdo”, continuou.
O texto seguiu: “Ao tratar de tais comentários, torna-se imprescindível tecer acerca da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a qual traz em seu artigo 5° que todos são iguais e que os Estados deverão trabalhar contra a discriminação, e no seu artigo 8° traz que serão adotadas medidas para conscientizar toda sociedade. Assim, tais comentários atentam contra a Convenção e contra as pessoas”.
A federação reforçou ainda que tal comportamento estrutura o preconceito contra as pessoas com deficiência.
“Reforçamos que este comportamento implica na continuação estrutural do preconceito contra as pessoas com deficiência, infringindo a lei n° 13.146/15 (LBI – Lei Brasileira de Inclusão) que deixa bem claro, em seu Art. 88, que é crime praticar, induzir ou incitar discriminação contra pessoas em razão de sua deficiência. Nos causa grande estranheza terem sido proferidas pela mãe de uma criança com autismo, que vive a luta pela inclusão no seu cotidiano. Esperamos que o programa e a Rede Globo se manifestem e façam uma retratação, além de disseminar conteúdo informativo a respeito das síndromes existentes, a incluir a síndrome de Down”, encerrou.