Santa Catarina- O padre Fábio de Melo se pronunciou sobre aos ataques que vem sofrendo após se envolver em uma polêmica que resultou na demissão de um gerente de cafeteria, em Joinville (SC). As informações são do site metrópoles.

(Foto: Reprodução)
Em um texto publicado nos stories do Instagram, o religioso comentou o episódio de forma indireta e atribuiu a hostilidade que vem recebendo à polarização política e ao ódio disseminado nas redes sociais.
“As pessoas querem odiar. A qualquer custo, querem odiar. Por qualquer motivo”, afirmou ele, enfatizando que os ataques vêm tanto da direita quanto da esquerda. “Escolhi em não estar em nenhum deles. Por isso sou atacado pelos dois lados”, disse.
Fábio de Melo criticou o uso da palavra como ferramenta de violência. “O principal instrumento do ódio é a palavra, a pior de todas as armas. Ela fere, adoece, pesa tanto que prostra a alma”, desabafou. O religioso lamentou que até uma homenagem feita à mãe tenha sido usada para questionar sua honra e caráter.
O padre sugeriu ainda que as críticas são fruto de insatisfações políticas e pessoais de quem esperava dele uma postura mais alinhada a determinadas posições ideológicas. “Os ataques são orquestrados pelos que não ficaram satisfeitos em não nos ter nos palanques de suas predileções.”
Veja o desafabo do padre Fábio de Melo na íntegra:
As pessoas querem odiar. A qualquer custo, querem odiar. Por qualquer motivo.
Elas precisam eleger um foco para a manifestação de seus lados sombrios.
Querem extravasar o fel que circula pelas veias, desaguar nos outros as enchentes que naufragam as embarcações de seus sonhos. Quanto maior a insatisfação existencial, maior será a urgência de destruir os outros.
É da natureza humana a crueldade, mas as redes sociais estimulam a coragem de dizer o que não se diria pessoalmente.
A polarização política está por trás de tudo. Sempre esteve.
E ninguém está realmente preocupado com a questão que atualmente foi levantada para o estímulo do ódio.
Os ataques são orquestrados pelos que não ficaram satisfeitos em não nos ter nos palanques de suas predileções. Eu sempre escolhi em não estar em nenhum deles.
Por isso sou atacado pelos dois lados.
Ninguém viu o meu voto, mas juram que sabem qual é o meu posicionamento político.
O ódio virtual se manifesta da pior forma.
Mentindo, caluniando, blasfemando contra o sagrado de nossas escolhas, achincalhando as pessoas que amamos, nossos familiares e amigos. O principal instrumento do ódio é a palavra, a pior de todas as armas. Ela fere, adoece, pesa tanto que prostra a alma.
Ainda que o post seja uma homenagem à minha mãe, lá estão os comentários desqualificando a minha vida, ferindo a minha honra, atentando contra a minha verdade.
É tão desproporcional a medida que se estabelece entre o que “realmente aconteceu e o ataque” que nós chegamos.
Entenda a polêmica
O padre Fábio de Melo se pronunciou após a polêmica envolvendo o gerente de uma cafeteria localizada em Joinville, Santa Catarina. Na ocasião, o líder religioso afirmou ter sido destratado após o estabelecimento em que estava cobrar o preço de um produto mais caro do que estava sendo indicado na prateleira.
Em entrevista ao portal LeoDias, o padre lamentou a demissão do gerente, mas reafirmou que a postura do profissional foi “grosseira”. “Eu não teria nenhum problema de pagar o preço mais caro, mas aquela grosseria foi extremamente desnecessária”, disse.
“Acho que ele merecia uma outra chance, caso não tivesse um histórico de reclamações. E eu particularmente, se tenho um funcionário que comete um erro, eu dou uma segunda chance”, pontuou Fábio de Melo.