Manaus – Com 14 horas de programação, a 7ª edição do Festival Tarumã Alive acontece neste fim de semana, na Praia da Lua. O evento reúne ações ambientais e apresentações artísticas em prol da maior bacia hidrográfica urbana do Amazonas, a do Tarumã-Açú.
O retorno à Praia da Lua é bastante simbólico porque foi onde o Tarumã Alive ganhou mais notoriedade, mas teve que ser remanejado devido à pandemia da Covid-19. O ponto é estratégico, pois fica na foz, entre o Rio Negro e o Tarumã-Açu, e é bastante frequentado por banhistas.
“É importante voltar às raízes, levando informação e reflexão sobre questões ambientais e mudança de pequenos hábitos sustentáveis que precisamos incorporar no nosso dia-a-dia. O público vai aproveitar a programação bem vasta com ‘pé na areia’ e curtindo a natureza, do jeito que a gente gosta”, comenta uma das coordenadoras do evento, Marcia Novo.
A programação inicia às 08h com o mutirão de limpeza da remada ambiental, na Marina do Davi, envolvendo voluntários inscritos e organizadores do festival. A expectativa, devido à vazante, é a retirada de 4 toneladas de lixo das águas.
Após as ações ambientais, a Praia da Lua será tomada por grandes vozes de artistas locais na segunda etapa do festival. Os shows serão de ritmos variados como o brega, o boi-bumbá, o reggae, música eletrônica, samba, além da participação de DJs e grupos indígenas.
Às 16h de sábado (19), o Samba de Cunhã abre as apresentações que se estenderão até às 6h30 do domingo (20). Johnny Jack Mesclado e Wotchimaucu + Kuiá dão continuidade a programação. Marcia Novo leva ao palco do Tarumã Alive os cantores David Assayag, Márcia Siqueira, Leka Denz, Júlio Persil e Yra Tikuna.
Logo depois, o samba do Couro Velho agita o festival. Madame C, Guerra, Rafa Militão, Sants e Layla Abreu prometem animar a madrugada na Praia da Lua. Para finalizar com chave de ouro, Camila Lopes ministrará uma sessão de yoga.
“A escolha de encerrar a programação com a yoga é porque queremos que as pessoas façam uma reflexão nesse ambiente e nunca esqueçam o propósito do festival que é conectar as pessoas a causa do Tarumã. Se não começarmos a cuidar agora, ele vai morrer. Nós somos a última geração que pode salvá-lo”, alerta Marcia.
Além das atrações musicais, o festival também terá camping para quem se inscreveu previamente pelas redes sociais, a feira criativa com produtos artesanais e itens sustentáveis, oficina de tatuagem, pinturas indígenas corporais com jenipapo e grafite.
Uma das novidades desta edição é a praça de alimentação “Plástico Zero” com a venda de kits de acessórios permanentes para alimentação, uma medida sustentável para incentivar a redução do uso de plásticos. A área de bebidas também ofertará materiais que serão 100% recicláveis.
Segundo a diretora de produção do Tarumã Alive, Loren Lunière, toda a cenografia que será utilizada é pensada em sustentabilidade. Por exemplo, a produção está reaproveitando as produzidas na edição de 2020. A orientação é que o público leve seu kit alimentação, com talheres, copos e pratos permanentes. Mas, se caso não levarem, a feira criativa terá à disposição esses produtos com a venda de “cuias” e colheres de madeira.
“O público que for até a Praia da Lua vai poder vivenciar a sustentabilidade, ou seja, nós vamos fazer com o que o público saia do discurso. Nossa meta é o ‘plástico zero’. Não vamos servir nada de plástico. Vamos oferecer na prática o que se aprende com a consciência ambiental. Estou muito feliz de participar do evento e toda a equipe vai dar o melhor para que as pessoas voltem para a casa com a semente da sustentabilidade”, frisa Lorén Lunière.
Responsabilidade Ambiental
De acordo com a organização, os materiais recicláveis provenientes do evento serão destinados para reciclagem, através da eco cooperativa. O público do Festival Tarumã Alive será sensibilizado sobre a importância da educação ambiental, por exemplo, com a instrução sobre o uso consciente de plásticos e alumínios.
“A proposta do festival é fazer o casamento entre música, economia criativa e comidas saudáveis. É envolver os usuários da praia falando que eles podem fazer uso dela de uma forma responsável e sustentável. Os comerciantes também se beneficiarão do evento de uma forma direta”, comenta o coordenador do Tarumã Alive e criador da Remada Ambiental, Jadson Maciel.
O Festival Tarumã Alive
O festival Tarumã Alive surgiu da iniciativa em sensibilizar a população em prol da conservação do Tarumã-Açu, que é a maior bacia hidrográfica urbana do Amazonas e a única ainda conservada na capital. Realizado desde 2016, o evento já reuniu cerca de 1.500 voluntários nas ações ambientais e ajudou a retirar mais de 15 toneladas de lixo e resíduos das águas.
Além disso, o festival já contou com 200 profissionais de cultura e mais de 40 microempreendedores da Economia Criativa. Cada edição gera cerca de R$ 80 mil para comunidade e entorno da Marina do Davi, que são os principais beneficiados com a geração de renda.
O projeto está contemplado no Termo de Fomento Nº 930006/2022 celebrado entre União, por intermédio do Ministério do Turismo / Secretaria Especial da Cultura, Secretaria Nacional da Economia Criativa e Diversidade Cultural e a Associação Cultural Pirão-AM.