Manaus- As gestões de Amazonino Mendes deixaram legados nas artes, no folclore, na educação e no turismo do Amazonas, com o estímulo à formação de artistas, criação de ativos espaços culturais e a valorização e o reconhecimento das expressões artísticas como uma política de estado.
Apoiado na formação humanística dos tempos de juventude e sabedor do grande retorno político que essas ações lhe renderiam, assim como para a sociedade, Amazonino valorizou a identidade cultural do Amazonas.
Folclore
Na cultura popular, um dos marcos foi o incentivo ao Festival Folclórico de Parintins, desconhecido até no Amazonas e levado para o mundo. Desde o apoio aos Bumbás e artistas e na infraestrutura, com a construção do chamado ‘Bumbódromo’, capaz de atrair admiradores, artistas e até a imprensa internacional, como um forte estímulo ao turismo, além de obter apoio financeiro privado, aliado ao estatal.
Sob sua gestão aproveitou para transformar o Teatro Amazonas em verdadeiro espaço para uso das artes e não apenas um monumento, ao celebrar o centenário da casa de ópera com o tenor Josep Carreras.
Corpos Artísticos
O próximo passo foi a ousada implantação de uma orquestra filarmônica com músicos do Leste Europeu, aproveitando a atratividade do Brasil à época, com a quase paridade cambial do dólar, o que tornou o País atraente para profissionais. Núsicos de escolas de ponta de metais, cordas e sopros, entre outros, formaram uma base em Manaus.
Com uma equipe de colaboradores de base cultural sólida e gestões eficientes, suas administrações deram vazão orçamentária e apoio técnico para que esses músicos ajudassem a formar talentos locais. A criação do Liceu Claudio Santoro foi a base para uma geração de novos artistas, com professores de alto nível da Filarmônica.
Ao redor do ‘novo’ Teatro foram criados os seus Corpos Artísticos, formados pelo Corpo de Dança do Amazonas, Coral do Amazonas e a própria Filarmônica, além de várias outras formações musicais, como a Orquetra de Violões.
Fesdtival de Ópera
Essa ação integrada facilitou a realização do Festival Amazonas de Ópera que, entre muitos feitos inéditos, montou desde obras de Carlos Gomes a Verdi, com artistas locais, brasileiros e internacionais e foi pioneiro a produzir em Manaus todo o Anel de Nibelungo de Wagner e levar a ópera ao grande público em espetáculos abertos.
Artes
Paralelamente, a política cultural de seus governos transformaram repartições abrigadas prédios históricos em centros de cultura, abrindo espaço para artes plásticas, cinema, teatro e literatura, com novas edições e reedições históricas sobre autores e obras da Amazônia.
Um dos seus mais importantes legados para a formação de artistas e na produção de ciência foi a criação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), hoje presente no interior, mantida com tributo recolhido do Polo industrial de Manaus.