Manaus – Pelas novas regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para rotulagem de alimentos embalados, as empresas devem destacar, quando for o caso, a existência de alto teor em açúcar, sódio (sal) ou gordura em seus produtos. O órgão também regulamentou a padronização dos rótulos nutricionais, exigindo que todos tenham fundo branco e letras pretas, para facilitar a leitura dessas informações, tornando-a, cada vez mais, habitual na rotina dos brasileiros.

(Foto: Divulgação)
Neste mês de maio, a nova regulamentação completou sete meses. Até aqui, mudanças nas embalagens já podem ser encontradas em alguns produtos, mas a adequação ainda é rara. O principal motivo é que a Anvisa deu prazo até outubro de 2022 para as empresas se ajustarem às inovações, resguardadas exceções que conferem mais tempo.
Mesmo assim, há quem já tenha percebido a diferença na hora da compra. Uma dessas pessoas é a técnica em enfermagem Francinete Cardoso. Na casa dela, o casal de filhos tem uma rotina regrada e considerada saudável, com bastante verduras, legumes e poucos produtos considerados ultraprocessados.
“Não são todos os produtos, mas alguns já vêm com um destaque para alta quantidade de açúcar ou até a inexistência desse nutriente. Essa mudança é boa para sabermos o que estamos consumindo, já que o rótulo não é tão visual e fácil de entender”, comenta a consumidora
Pesquisa
No Brasil, infelizmente, os dados sobre leitores de rótulos nutricionais não são nada positivos. Uma pesquisa realizada em 2018, pelo Instituto Datafolha, revelou que quase metade (48%) dos brasileiros não costuma ler os rótulos das mercadorias.
“A leitura das informações nutricionais é essencial para o consumidor, porque o ajuda a ter uma vida mais saudável. Isso não quer dizer que apenas pessoas do mundo ‘fitness’ devam dar atenção a esses rótulos. A questão da saúde deve merecer a atenção de todos”, afirma a nutricionista da flagship store Santo Remédio, Deuzilene Santos.

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Na loja, há um espaço destinado a alimentos mais saudáveis. Por lá, Deuzilene diz que o movimento é alto. “Costumo me manter próxima às prateleiras dos produtos e muitos clientes me pedem ajuda para entender o que dizem os rótulos nutricionais. É possível perceber que há interesse por parte deles, mas as informações nas mercadorias ainda não são de fácil leitura”, explica a especialista.
Sensíveis
Consumidores com comorbidades como diabetes, pressão alta ou alergias têm maior hábito de olhar as informações nutricionais dos produtos. No entanto, Deuzilene chama a atenção para o perigo de analisar apenas um ou dois nutrientes das mercadorias, deixando de lado a interpretação de todo o rótulo.
“É comum que pessoas com alguma predisposição a esses problemas vejam apenas a quantidade de açúcar ou sal de determinado produto. Mas o que pode acontecer se aquele alimento contiver um nutriente que causa alergia ao consumidor, por exemplo”?

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A nutricionista faz ainda a diferenciação entre produtos light e diet. No primeiro caso, em um determinado produto, ocorre a diminuição de nutrientes como sódio, açúcar, gorduras ou colesterol. Já as opções diets se referem a alimentos que, em sua composição, tem a ausência total de algum desses ingredientes citados, geralmente o açúcar.