Manaus – Os contos sobre amor, dor, perda e superação contidos na obra literária “Devaneio: Amores vividos, histórias inventadas”, da socióloga e jornalista amazonense Rebeca Beatriz, serão traduzidos para a linguagem braille. Com o objetivo de ampliar o acesso à literatura no estado, a adaptação do livro para o sistema de escrita tátil contemplará os acervos da Biblioteca Braille do Amazonas (terceiro maior acervo do Brasil), além de escolas e bibliotecas públicas de Manaus, de forma gratuita.
A tradução foi contemplada pela Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022) que atua no fomento de iniciativas voltadas ao setor cultural e incluirá, além da versão braille, a realização de oficinas e palestras relacionadas ao sistema de escrita, à literatura e à importância de se discutir o assunto.
Segundo a autora, o tema principal do livro é o amor, sentimento universal presente no dia a dia de todos. “Todo mundo ama, todo mundo sente. Não importa se a pessoa possui alguma deficiência física, não importa a condição financeira e não importa se ela não enxerga, porque o sentimento vem do coração”, explicou Rebeca Beatriz, acrescentando a sua relação com as questões de acessibilidade também se dá pelo fato de ter familiares com deficiência visual e que seu pai, em vida, ensinava música para pessoas com deficiência auditiva. “Também tive um forte contato com este público em minhas vivências, na faculdade e no mercado jornalístico”, finalizou a autora.
O intuito é facilitar e incentivar a aproximação da pessoa com deficiência visual a obras que, até então, se restringem à língua portuguesa tradicional. Deste modo, a adaptação consistirá em um diálogo com a comunidade que faz uso da linguagem braille (sejam pessoas com deficiência visual ou que convivem com esses indivíduos), evidenciando a relevância da inclusão.
A adaptação passa pela fase de produção e deve ser lançada no segundo semestre deste ano.
Sobre a obra
Lançada em 2019 durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro pela editora Callenda, a obra “Devaneio: Amores vividos, histórias inventadas” vendeu centenas de exemplares e é um diálogo sobre vontades, pensamentos, anseios e ilusões que o ser humano está sujeito a viver. Em resumo, a coletânea é um esboço de sonhos, expectativas, medos e armadilhas construídas a partir da convivência entre pessoas.