Manaus – A atleta britânica Emma Kelty contou, um dia antes de desaparecer em sua conta na rede social Twitter, que havia avistado de 30 a 50 homens “armados de rifles e lanças”. Nesta terça-feira (19), a Polícia Civil afirmou que a britânica de 43 anos foi vítima de um latrocínio – roubo seguido de morte. Um adolescente foi apreendido e dois homens foram presos suspeitos do crime.
Emma desapareceu no Rio Solimões, enquanto praticava canoagem, no dia 13 de setembro, nas proximidades de Codajás (a 240 quilômetros a oeste de Manaus).

Emma disse em post ter visto homens armados (Foto: Reprodução)
O trecho onde ela desapareceu foi o mesmo onde o delegado da Polícia Civil Thiago Garcez, caiu de uma embarcação e nunca mais foi encontrado, no dia 5 de dezembro de 2016, durante tiroteio com narcotraficantes, entre os municípios de Coari e Codajás, conforme afirmou o delegado-adjunto da PC, Ivo Martins.
A atleta também fez uma postagem no dia 10 deste mês no Twitter, após ser desestimulada a seguir viagem nas proximidades de Coari. “Em Coari ou perto (a 100 quilômetros acima do rio) meu barco será roubado e eu serei assassinada. Legal”, disse na publicação.
Latrocínio
A Polícia Civil do Amazonas afirmou, que a atleta britânica Emma Kelty, 43, foi vítima de um latrocínio – roubo seguido de morte. Um adolescente de 17 anos foi apreendido e confessou o crime. Dois homens também foram presos suspeitos do crime, de acordo com o Comando de Policiamento do Interior (CPI). No total, Seis suspeitos foram identificados com base nas informações do menor. A Polícia Civil informou que o corpo da britânica ainda não foi encontrado.
Uma câmera GoPro, celular, dinheiro e pertences pessoais foram roubados pelo grupo, segundo o adolescente. A Polícia também informou que foram representadas as prisões dos suspeitos.
Equipes da Marinha do Brasil e do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas continuam as buscas para tentar localizar o corpo da esportista, refazendo o trajeto percorrido por Emma Kelty nas proximidades do local onde o adolescente apontou que o grupo teria abandonado o corpo.

Britânica contou sobre a viagem em sua conta no Twitter (Foto: Reprodução)
O Caso
A Marinha informou que uma empresa ligou para o 9º Distrito Naval, na última quarta-feira (13), informando que o localizador de emergência da britânica havia sido acionado. O Corpo de Bombeiros informou que a mulher teria vindo remando de Quito e que, nas imediações de Codajás, teria tido algum problema e acionado o equipamento de emergência.
Na quinta-feira (14), a Marinha informou que enviou uma aeronave do 3º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral para realizar o reconhecimento da área compreendida entre os municípios de Codajás e Coari e o início das buscas.
Já na tarde de sexta-feira (15), alguns objetos de Emma Kelty, como roupas, sapatos e o caiaque foram encontrados na Comunidade Lauro Sodré.
No último domingo (17), a Marinha do Brasil encaminhou os objetos ao 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde foi realizado o Auto de Exibição dos materiais. Na 78ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), que fica em Codajás, foi instaurado um Inquérito Policial (IP), de nº 44/2017, para investigar o caso.
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Garcez e tráfico de drogas
A britânica desapareceu na mesma área que o delegado titular da 78ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), Thyago Pereira Garcez, 30, desapareceu na noite do dia 5 de dezembro de 2016, após cair no Rio Solimões durante um confronto com traficantes, nas proximidades do município de Coari. A Secretaria de Segurança Pública coordenou uma operação de buscas por Garcez, porém corpo do delegado segue desaparecido.
O delegado adjunto Ivo Martins confirmou que a rota que a britânica desapareceu é usada pelo tráfico de drogas.