Dois são presos por envolvimento com rede de prostituição infantil, em Manaus

Prisões são resultado da operação ‘666’, deflagrada em setembro, em continuidade as investigações sobre o caso da adolescente de 13 anos que foi encontrada em um motel com um empresário

Manaus – O comerciante Raimundo Alves do Vale Filho, 52, e Ana Cássia da Silva Bentes, 23, foram presos, durante a operação ‘666’, deflagrada no dia 18 de setembro, em continuidade as investigações sobre o caso da adolescente de 13 anos que foi encontrada em um motel com o empresário Fabian Neves. Segundo a delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Raimundo e Fabian são clientes da tia da adolescente e de Ana Cássia, apontadas como gerenciadoras de uma rede de prostituição infantil.

Conforme a delegada Joyce Coelho, Ana Cássia e Raimundo foram citados durante os depoimentos de Fabian e da tia da vítima, o que levou as equipes de investigação até os dois. (Foto: Reprodução)

Ana Cássia foi presa na casa dela, localizada na Travessa Brasil, na Comunidade Parques das Nações, bairro Flores, zona centro-sul da cidade. Já Raimundo foi preso na Avenida Mirra, na segunda etapa do loteamento João Paulo, no bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus.

O empresário Fabian Neves foi preso por estupro de vulnerável praticado contra uma adolescente de 13 nos em um motel, na Avenida Elias Ramiro Bentes, no bairro Colônia Terra Nova, zona norte de capital, no dia 7 de agosto. A tia da vítima, uma mulher de 28 anos, que não teve o nome divulgado, e que estava com Fabian e a adolescente, dentro do motel, também foi presa, suspeita de gerenciar uma rede de prostituição que envolvia a sobrinha.

Conforme a delegada Joyce Coelho, Ana Cássia e Raimundo foram citados durante os depoimentos de Fabian e da tia da vítima, o que levou as equipes de investigação até os dois.

Segundo Joyce Coelho, os clientes das aliciadoras têm preferências por meninas que aparentam ser mais jovens do que a idade que possuem. “O perfil das vítimas são adolescentes que aparentam ter uma idade menor do que realmente têm, por conta da exigência do abusador. As próprias aliciadoras ofereciam as vítimas, mentindo com relação a idade delas”, explicou.

Joyce explicou que a tia da adolescente e Ana Cássia, apontadas como amigas, abordavam as menores, repassavam os contatos delas aos clientes e dividiam os lucros.

Ainda de acordo com a delegada, as vítimas eram adolescentes que tinham entre 13 e 14 anos, vulneráveis economicamente e moradoras de bairros periféricos. “Isso facilitou o acesso das abusadoras, que conseguiram induzi-las [à prostituição], oferecendo promessas de vantagens, para que elas mantivessem relações sexuais em troca de dinheiro”, relatou.

Seis adolescentes foram identificadas como vítimas do quarteto, tendo Ana Cássia e a tia da adolescente de 13 anos como gerenciadoras da rede de prostituição infantil, e Raimundo e Fabian como clientes.

Os dois homens responderão por estupro de vulnerável e as duas mulheres serão indiciadas por favorecimento da prostituição.

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