Em conversas de WhatsApp, lutadora fala sobre ‘perseguição’ com amiga

Patrícia da Cunha Leite, 26, foi morta durante a festa de aniversário dela, no último domingo (27), no bairro Japiim, zona sul de Manaus. O ex-namorado de uma amiga é suspeito de ser o mandante do crime

Manaus – A Polícia Civil (PC) divulgou conversas de WhatsApp entre a lutadora de jiu-jítsu Patrícia da Cunha Leite, 26, e a ex-namorada de Eduardo de Alencar Navegante, 22, apontado pela família da lutadora como mandante do assassinato de Patrícia, que aconteceu na festa de aniversário dela, no último domingo (27), no bairro Japiim, zona sul da capital. “Ele tava (sic) pra furar a rua daqui de casa”, disse a vítima, em uma das mensagens. Patrícia se queixava de sofrer perseguições de Eduardo.

Segundo a delegada Débora Mafra, titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), uma das linhas de investigação da PC envolve a suspeita de que Patrícia foi morta por ajudar a ex-namorada de Eduardo, e amiga da lutadora, a se separar do suspeito.

A amiga de Patrícia, que teve o nome preservado, prestou depoimento à delegada no qual revelou que sofria perseguição de Eduardo, além de ter sido vítima de um relacionamento abusivo com ele.

“Ela está com medidas protetivas contra o Eduardo, por ameaça, injúria e perturbação da tranquilidade. Ela e a mãe dela, realmente, estavam sofrendo essa violência psicológica e moral”, informou Mafra.

Por meio das conversas de WhatsApp que a amiga da lutadora mostrou à Polícia Civil, é possível ler reclamações de Patrícia com relação a Eduardo, que, segundo ela, passava na rua da casa dela e da tia da ex-namorada do suspeito, com frequência.

Ainda conforme a delegada, a amiga de Patrícia disse que a família da lutadora a culpa pela morte dela. Mafra afirmou, também, que as únicas passagens pela polícia de Eduardo são duas, relacionadas à violência doméstica contra a amiga da lutadora, além do atentado contra Patrícia, que acabou morta.

Os próximos passos da investigação serão reunir a maior quantidade de depoimentos possíveis para apuração do crime, conforme Mafra.

Relacionamentos abusivos

A delegada titular da DECCM aconselha às pessoas que estejam sofrendo relacionamentos abusivos que não tenham medo de denunciar os agressores à polícia, que poderá estabelecer medidas protetivas para assegurar a segurança das vítimas.

“As medidas protetivas protegem não somente as vítimas, mas os familiares dela e as testemunhas da relação abusiva”, afirmou Mafra.