Manaus – Aproximadamente 60 kg de ouro, o equivalente a cerca de R$4 milhões, foram desviados pelos agentes públicos investigados na operação Garimpo Urbano, deflagrada na manhã desta sexta-feira (9) pelo Grupo de Atuação Especializada em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Polícia Federal. A ação resultou no cumprimento de 4 mandados de prisão temporária e 10 mandados de busca e apreensão.
Também foi deferido o afastamento do cargo do secretário adjunto de inteligência, além da prisão de três delegados da Polícia Civil. O balanço inicial da operação foi divulgado em coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira, na sede do Ministério Público do Estado do Amazonas. Foram divulgadas informações iniciais tendo em vista que a investigação corre em sigilo.
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As investigações iniciaram em meados de fevereiro de 2021, a partir de denúncias de vítimas que se sentiram lesadas ao transportar determinadas quantias de ouro, conforme informou Armando Gurgel Maia, do Gaeco. “A denúncia chegou ao conhecimento da Polícia Civil e do Gaeco. Foi constatado que havia provável participação da segurança pública através da Secretaria Adjunta Executiva de Inteligência (Seai). A provas eram contundentes para que os pedidos de hoje fossem executados”, pontuou.
Conforme revelado na coletiva, os denunciantes são garimpeiros que foram abordados e coagidos por agentes públicos da Seai, que interceptavam os metais preciosos. Preocupados, os garimpeiros procuraram a Polícia Civil por medo de que os agentes pudessem implantar drogas para incriminá-los. Dessa forma, foi verificado que o grupo estava atuando de forma indevida, pois a Seai é uma secretaria de inteligência e não pode estar envolvida em ações de apreensão.
“A SSP e a Seai podem ser envolver em investigação sobre lavagem de dinheiro? Não! Podem estar abordando? Não! Se o agente de inteligência precisa se apresentar abordar alguém não é nem inteligência, nem no sentido literal da palavra. A Seai tem que assessorar o governo a tomar decisões e não investigação criminal”, disse o representante do Gaeco.
As apurações também apontam indícios de que o mesmo grupo já atuava de forma semelhante em 2019.
