Manaus – Após a prisão da falsa médica Sophia Livas de Morais Almeida, 32, nesta segunda-feira (19) o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-UFAM/Ebserh) emitiu uma nota oficial esclarecendo que a mulher nunca atuou como médica na unidade e que não há registros de atendimentos realizados por ela no hospital. Apesar dos esclarecimentos do HUGV, supostos atestados médicos e até receitas com a assinatura atribuídas à Sophia foram compartilhados nas redes sociais. Denúncias contra Sophia surgiram depois da prisão de outro falso médico identificado como Gabriel Ketzer da Silva, 28.

(Foto: Divulgação Redes Sociais)
Segundo a nota do HUGV, Sophia foi aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), na condição de educadora física. Seu acesso às instalações da UFAM, incluindo o HUGV, se dava estritamente como mestranda. O hospital fez questão de frisar que, por já ter concluído o mestrado, “a ex-aluna não possui mais nenhum vínculo com a instituição”. Além disso, Sophia dava aulas como professora voluntária em uma faculdade de medicina em Manaus.
- (Foto: Reprodução Redes Sociais)
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Denúncias contra Sophia surgiram depois da prisão de outro falso médico identificado como Gabriel Ketzer da Silva, 28. De acordo com a Polícia Civil do Amazonas, a apuração sobre o caso demorou cerca de um mês até a prisão dela.
Em 2022, Sophia Livas foi exonerada do quadro de assessores no gabinete do vereador Jaildo dos Rodoviários no cargo de Assistente Parlamentar Comissionado – APC. A assessoria do vereador informou que Sophia havia sido indicada pelo partido.
Em nota, Secretaria de Estado de Saúde – SES-AM apenas informou que “As pessoas em questão não têm vínculo com a Secretaria de Estado de Saúde ou qualquer outra unidade da rede estadual”.
Veja a nota na íntegra do HUGV-UFAM/Ebserh
O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-UFAM/Ebserh) esclarece que Sophia Livas de Morais Almeida nunca atuou como médica no hospital e nem constam registros de atendimento médico feito por ela na unidade hospitalar. Ela foi aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Amazonas como educadora física. O acesso às instalações da UFAM, incluindo o HUGV, se dava apenas na condição de mestranda. E, por já ter concluído o mestrado na Universidade, a ex-aluna não tem nenhum vínculo com a instituição.
O HUGV está à disposição das autoridades policiais para ajudar no que for necessário.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas disse que “não recebeu qualquer denúncia formal” sobre o caso. O órgão orientou as pessoas a consultarem a regularidade de médicos pelo portal do Conselho Federal de Medicina para não serem vítimas da prática ilegal da medicina
Prisão da Falsa Médica
Sophia usava ousado plano para se infiltrar em ambientes institucionais: ela afirmava ter ligação com a família do prefeito David Almeida (Avante), chegando a se apresentar como sobrinha do gestor municipal. Essa suposta proximidade era a chave para que ela, sem formação médica, conseguisse acesso a locais como o Ministério da Saúde, em Brasília.
Nas redes sociais, Sophia exibia fotos ao lado do prefeito de Manaus. Em uma das imagens, ela aparece com um bebê no colo de David Almeida; em outra, participa de uma campanha ao lado dele, comentando sobre o “sobrenome da família”. Em nota, a prefeitura negou qualquer parentesco da suspeita com o prefeito.
Segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), a mulher se apresentava como médica especializada em cardiopediatria, mesmo sem formação na área.
A falsa médica foi capturada dentro de uma academia da capital durante a Operação Azoth, conduzida pela equipe do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), sob o comando do delegado Cícero Túlio.
Outro caso
No dia 29 de abril deste ano, Gabriel Ketzer da Silva, 28, foi preso suspeito de se passar por médico na Região Metropolitana de Manaus. O homem já atuava ilegalmente há pelo menos dois anos, principalmente no atendimento a crianças.
As apurações revelaram que Gabriel já atuava ilegalmente há pelo menos dois anos, principalmente no atendimento a crianças. Ele se apresentava como médico pediatra e ortopedista, e integrava o corpo voluntário de uma fundação que realizava atendimentos médicos gratuitos na região.
Ele responderá por exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, estelionato contra vulnerável, falsa identidade e falsificação de atestado médico.