‘Rolezinhos’ em Manaus: presos passam por audiência de custódia; saiba mais

Entre os presos estão influenciadores digitais como William Barão e Santiago “No Grau”

Manaus – Os suspeitos presos, na quinta-feira (1º), durante deflagração de operação da polícia que investiga uma quadrilha envolvida em roubo de veículos e “rolezinhos”, passam por audiência de custódia, nesta sexta-feira (2), no Forúm Henoch Reis, em Manaus.

(Foto: Divulgação)

No total, foram 20 pessoas presas, 41 motocicletas removidas, sendo quatro com restrição de roubo. Entre os presos estão influenciadores digitais como William Barão e Santiago “No Grau”, suspeitos de organizarem os “rolezinhos”, além de convocarem seguidores para realizarem ajustes dos veículos em determinadas oficinas mecânicas que faziam os desmanches do comércio clandestino das peças.

Inicialmente foram expedidos 17 mandados de prisão preventiva entre Manaus e a cidade de Brusque (SC), seis mandados de busca e apreensão em oficinas e lojas de peças de veículos, além de 38 mandados de sequestro de bens e 40 de bloqueios de redes sociais.

De acordo com as investigações da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), cerca de 40 redes sociais foram bloqueadas ao longo da operação e mais de 200 camisas relacionadas ao evento de “rolezinhos” foram apreendidas.

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Saiba mais sobre as investigações

A polícia informou que inicialmente os “rolezinhos” era um “problema de trânsito”, mas que após investigação constatou-se inúmeros crimes.

A operação foi desencadeada a partir de um relatório produzido pelo Detran Amazonas e entregue à PC-AM no qual indicava, após uma série de investigações, inúmeros perfis de redes sociais, bem como placas de veículos e imagens dos supostos envolvidos nos “rolezinhos”. Em seguida, a investigação seguiu curso com a equipe do 1º Distrito Integrado de Polícia (1º DIP), da Polícia Civil do Amazonas.

A investigação aponta, ainda, que os suspeitos gerenciam um esquema de encomenda de furtos e roubos de motocicletas, as quais, posteriormente, eram destinadas a oficinas parceiras, local onde eram realizados os desmanches clandestinos e a venda de peças oriundas dos crimes.

O delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga, reforçou que os envolvidos promoviam uma “cortina de fumaça” para encobrir uma organização criminosa complexa. “O que no início aparentava ser apenas uma balbúrdia, com a prática dos ‘rolezinhos’, demonstrou ser na verdade uma cortina de fumaça para uma organização criminosa complexa, onde foi deflagrado receptação de veículos automotores, roubos e furtos, além dos já conhecidos desmanches”, disse.

Os suspeitos também serão indiciados por organização criminosa, racha, direção perigosa, atentado contra a segurança de serviços de utilidade pública, atentado contra a segurança dos meios de transporte, receptação qualificada, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, apologia ao crime, promoção de jogos de azar e lavagem de capitais.

Após os procedimentos cabíveis, os suspeitos foram encaminhados à audiência de custódia, nesta sexta, onde ficarão à disposição da Justiça Estadual.