‘SOLDADO DO CRIME’: sobrinho quebrou pernas da tia como ‘castigo’ em Manaus

O sobrinho da vítima foi preso por ter matado a mulher após receber ordem de chefe de facção

Manaus – Bruno Cristher Araújo de Souza, preso suspeito de matar a própria tia, Sandra Eline Rodrigues de Souza, que tinha 46 anos, quebrou as pernas da vítima uns meses antes do crime como uma forma de castigo que foi ordenado por um chefe do tráfico de drogas, em Manaus.

(Foto: Divulgação / PC-AM)

A morte de Sandra Eline  ocorreu no dia 17 de novembro de 2023, na rua 89, dentro da casa dela, no conjunto Francisca Mendes, bairro Cidade Nova, zona norte da cidade.

A delegada Marília Campello, adjunta da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), explicou que Bruno contou versões falsas para tentar despistar a polícia.

No seu primeiro depoimento, em novembro do ano passado, ele disse à polícia que dois pistoleiros teriam matado a tia. Já em uma outra versão, Bruno disse que a morte foi um acidente.

“Logo que o fato ocorreu, o Bruno inventa que dois motoqueiros haviam passado e atirado pela janela e esse tiro havia atingido essa vítima fatalmente. Agora ele diz que é um acidente, essa arma estava no sofá ao lado dele, uma arma que o tráfico tinha entregue pra ele para fazer a própria segurança dele. E que essa arma, do mais absoluto nada, inexplicavelmente, por uma força sobrenatural, ela teria disparado sozinha e atingido a vítima”, contou a delegada.

Ainda segundo as investigações da polícia, Sandra era usuária de drogas e Bruno era um “soldado do crime organizado” e o chefe dele no tráfico de drogas já foi preso numa operação em Santa Catarina.

“O Bruno é soldado do tráfico, faccionado, inclusive trabalhava para um integrante, um líder de uma facção criminosa que foi preso, também comandado nosso, no mês de março em Santa Catarina”, afirmou a delegada.

Conforme a delegada, dois meses antes do crime, Bruno Cristher já havia quebrado as pernas dela, em uma situação característica de castigo imposto pelo tráfico de drogas. O chefe dele ordenou o castigo contra ela, que era usuária de entorpecentes, pelo fato dela chamar atenção da vizinhança e até da polícia quando queria usar drogas.

Inclusive, um mês depois, a irmã de Sandra Eline identificada como Sigrid Eva Rodrigues também foi assassinada a tiros na mesma casa. Segundo Bruno, o mandante desse homicídio também seria o “Jegui”. Esse caso segue em investigação.

“Verificamos que ele chegou a comemorar a morte da tia, mas ao saber que estava sendo investigado, apagou as postagens e começou a dizer que estava de luto, em uma tentativa de despistar as diligências”, contou Marília.

A casa onde ele morava com a tia era utilizada como ponto de venda de entorpecentes. Bruno estava escondido no Tarumã na casa da mãe dele quando foi preso.

O autor responderá por homicídio qualificado e ficará à disposição da Justiça.

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