Manaus – Uma semana após a procuradora de Justiça do Amazonas, Leda Albuquerque, criar uma força tarefa formada para atuar no combate à corrupção no poder público em Coari (a 363 quilômetros a oeste de Manaus), no último dia 12, o prefeito da cidade Adail Filho entrou na Justiça para pedir o afastamento do coordenador da equipe, o promotor de Justiça Weslei Machado. O prefeito quer tirar do cargo o promotor que comanda uma força tarefa que investiga denúncias contra a administração de Adail Filho.
Segundo o prefeito, o promotor atua aliado a outras pessoas e vereadores da cidade para tirá-lo da administração municipal. O pedido está sendo analisado pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas Jomar Ricardo Saunders Fernandes.
Um dia antes da criação da força-tarefa – chamada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) de grupo de trabalho – o prefeito de Coari Adail Filho e familiares foram tema de uma reportagem especial exibida, no programa ‘Câmara Record’, da TV Record. A matéria apresentou esquema de corrupção que, segundo o programa, retirou milhões dos cofres públicos da cidade que é rica em petróleo.
O atual prefeito da cidade, Adail Filho, é acusado de desviar dinheiro público para os amigos.
Em julho, o GRUPO DIÁRIO DE COMUNICAÇÃO (GDC) publicou reportagem informando que o MP-AM está processando Adail Filho (PP), por ter acusado ‘falsamente’ o promotor de Justiça do município, Weslei Machado, de participar de conluio para tirar o prefeito do cargo, além de ter recebido R$ 500 mil de propina com esse objetivo.
Na ação do MP-AM, assinada pela procuradora de Justiça Leda Mara Nascimento Albuquerque, o órgão narra que, “ao noticiar a existência de um fato inexistente que gerou a instauração de um processo extrajudicial, de índole criminal, Adail José Figueiredo Pinheiro incorreu no crime de denunciação caluniosa”.
Na acusações apresentadas ao MP-AM, o prefeito Adail Filho afirmava que o promotor Weslei Machado passou informações privilegiadas a Raione Queiroz. Ainda segundo o prefeito, o promotor solicitou R$ 500 mil, em forma de propina. Nenhuma acusação do prefeito de Coari contra o promotor foi provada.
Ao tomar ciência da denúncia apresentada pelo prefeito ao MP-AM, o promotor Weslei se defendeu relatando que, em setembro de 2018, o advogado Raphael Martins Borges foi até o gabinete da 1ª Promotoria de Justiça de Coari, onde fez o seguinte relato, segundo o promotor: “(…) Eu aconselhei o prefeito (Adail) e disse para que não fizesse isso contra o senhor (Weslei). Eu avisei do risco para o prefeito e da sua boa-fé e que, com o senhor, não tinha esquema. Entretanto, o senhor sabe, eu não tenho controle e preferiram ouvir o Fabrício (se referindo ao advogado Fabrício Melo Parente), que é mais contencioso. Vim aqui hoje a pedido do grupo para saber se for feita uma retratação com o senhor, se isso resolve o problema (…)”.