Estado aluga jato executivo em meio à crise da saúde

Deputados criticam o governo Wilson Lima por alugar jatos executivos ao custo de R$ 9 milhões enquanto pacientes morrem sem oxigênio

Manaus – Deputados estaduais criticaram, nesta quarta-feira (26), o aluguel de jatos executivos pelo Governo do Amazonas em meio à maior crise da Saúde no Estado. O aluguel custará R$ 9,3 milhões aos cofres públicos e foi publicado do Diário Oficial do Estado, na última sexta-feira (22).

Um dos parlamentares que criticou o elevado gasto foi o deputado estadual Delegado Péricles (Republicanos). “Destinar dinheiro que devia ser investido na saúde pública para alugar um jatinho particular de R$ 9 milhões é a inversão total e absurda de prioridades num estado que vivencia o caos”.

(Foto: Divulgação)

Ainda segundo o parlamentar: “Alugar um jatinho é prioridade no atual momento? Quantas mini usinas de oxigênio poderiam ser compradas com esse valor? O governador perdeu o senso de responsabilidade sobre a população. O caos, o número de mortes, de internados, não dá margem para que sequer seja pensado um aluguel neste sentido. É agir na mão contrária de todos os esforços que todos têm feito para dar fim à situação que temos enfrentado”, continuou o deputado.

Para Péricles, a má gestão do dinheiro público tem sido rotina da atual gestão. A prova está na desorganização evidenciada até mesmo na parceria necessária com o município para a viabilização e realização da vacinação no Amazonas. “Furam filas, dão desculpas para justificar atos ilícitos, enquanto as pessoas morrem nos hospitais, nas próprias casas. O interior já é afetado pelo caos”, completou.

Por sua vez, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) anunciou que irá ingressar com uma representação com pedido de medida cautelar no Tribunal de Contas do Estado (TCE) contra o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), para suspender o Pregão Eletrônico nº 1032/2020, referente à locação de aeronave do tipo jato executivo para realização de voos estaduais, interestaduais e internacionais.

Para o parlamentar, o valor gasto para o aluguel da aeronave poderia ser destinado para a construção de usinas de oxigênio em Manaus e no interior do Estado, que enfrenta uma grave crise com a falta do gás nas unidades de saúde e desencadeou a pior crise da saúde no Amazonas, resultando na morte de muitos cidadãos.

“Eu e o deputado Dermilson estamos ingressando com uma medida cautelar pedindo a suspensão do pregão do jatinho. Estamos falando de R$ 9,3 milhões que são 13 usinas de oxigênio de R$ 700 mil. Nós somos fiscais do povo e vamos pedir suporte do TCE para socorrer o dinheiro do povo”, afirmou Barreto em seu pronunciamento.
Após repercussão negativa, o governador Wilson Lima prometeu, em anuncio feito em suas redes sociais, que o processo será revisto “após a pandemia”.

A questão, que não estava em pauta, foi comentada por outros parlamentares. Os deputados Wilker Barreto e Dermilson Chagas, ambos do Podemos, informaram que vão entrar com um pedido para anulação do contrato da empresa área com o Governo do Amazonas.

Má gestão

Para Péricles, a má gestão do dinheiro público tem sido rotina da atual gestão. A prova está na desorganização evidenciada até mesmo na parceria necessária com o município para a viabilização e realização da vacinação no Amazonas. “Furam filas, dão desculpas para justificar atos ilícitos, enquanto as pessoas morrem nos hospitais, nas próprias casas. O interior já é afetado pelo caos. Desrespeitam os grupos prioritários. O secretariado, que vai para fora do estado fazer tratamento quando está doente, está vacinado. Já os coveiros estão entregues á mercê do caos da saúde pública do estado. Isso tudo é injusto e absurdo”, completou.

Sobre a questão do desrespeito à lista prioritária de vacinação, o deputado estadual encaminhou para a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), na última segunda-feira (25), com solicitação de envio da listagem completa dos nomes e cargos ocupados por todas as pessoas denominadas ‘outros’ no documento oficial de vacinados. “A desorganização tem custado vidas. Até o motorista do governador já foi vacinado e os profissionais que realmente estão no front estão sendo negligenciados. Isso não pode ficar assim”, concluiu.

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