Brasília – O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, se apresenta nesta segunda-feira (11) à vara de execuções penais de Brasília. Essa é uma das imposições dadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ao conceder no último sábado (9) a liberdade provisória ao militar, que também teve a delação premiada homologada. Mauro Cid terá de se apresentar toda segunda-feira ao juízo de execuções, começando a partir desta segunda-feira (11).

(Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
O advogado de Jair Bolsonaro (PL) e ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, afirmou que a defesa do ex-presidente só vai comentar a delação premiada fechada entre Cid e a Justiça depois que tiver acesso aos termos do acordo.
Agora, Cid terá que cumprir sete medidas cautelares impostas por Moraes.
Proibição de sair do Distrito Federal e obrigação de ficar em casa à noite e nos fins de semana, sempre com tornozeleira eletrônica.
Veja quais
- Obrigação de se apresentar à Justiça em 48 horas depois de sair da prisão e semanalmente, às segundas-feiras;
- Proibição de sair do país, com obrigação de entregar os passaportes à Justiça em cinco dias;
- Cancelamento de todos os passaportes emitidos pelo Brasil em nome de Mauro Cid;
- Suspensão do porte de arma de fogo e de qualquer registro de colecionador, atirador desportivo ou caçador (CAC);
- Proibição de usar qualquer rede social; e
- Proibição de se comunicar com os demais investigados no inquérito que o envolve e em investigações relacionadas, por qualquer meio, inclusive por intermédio de advogados. Ficam fora dessa proibição apenas a esposa dele, Gabriela Santiago Ribeiro Cid, a filha dele, Beatriz Ribeiro Cid, e o pai dele, Mauro Cesar Lourena Cid.
Nesta semana, Cid foi ao STF indicar a Moraes a formalização da delação. Ele prestou um novo depoimento à Polícia Federal na semana passada no inquérito sobre a conduta do hacker Walter Delgatti Neto na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos falsos, entre eles alvarás de soltura, no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
O tenente-coronel do Exército é investigado por participação em um esquema de fraude em cartões de vacinação e em tentativa de golpe de Estado. Também é investigado no caso das joias estrangeiras dadas a Jair e Michelle Bolsonaro e no caso dos atos extremistas de 8 de janeiro. À Polícia Federal, ele já prestou pelo menos seis depoimentos.
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