Brasília – O empresário Carlos Wizard chegou ao Brasil nesta segunda-feira (28) em retorno de viagem aos Estados Unidos para depor à CPI da Covid na próxima quarta-feira (30). Conforme solicitação da Comissão Parlamentar de Inquérito e determinação da Justiça, ele teve de entregar seu passaporte à Polícia Federal, e o documento ficará retido até que ele preste depoimento.
A presença do bilionário fundador de uma escola de idiomas era esperada no dia 17, mas ele não compareceu alegando estar nos Estados Unidos para acompanhar familiares. Wizard é investigado por supostamente participar de um ‘gabinete paralelo’ que seria responsável pela tomada de decisões na pandemia e pelo aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro. O grupo teria agido em defesa do uso de remédios como a cloroquina – ineficaz contra a covid-19, conforme entendimento de grande parte da comunidade científica internacional.
O não comparecimento à CPI revoltou os senadores, que pediram à Justiça ordem para a condução coercitiva do empresário e a retenção do passaporte. Os pedidos foram atendidos, mas o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso suspendeu a ordem para condução coercitiva.
Nas redes sociais, Wizard informou que chegou a Campinas e que seguiria para Brasília. Relatou ainda que viajou em março para o estado de Utah, onde vivem seus pais. Em seguida, foi à Flórida, onde está sua filha Thais, que dará à luz nos próximos dias, afirmou. “Estou com a consciência em paz”, disse.
O depoimento de Wizard está marcado para quarta e acontecerá no momento em que a CPI já alterou o foco da atuação do suposto gabinete paralelo para as possíveis irregularidades na compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde.