Hiperidrose, o suor excessivo: pacientes transpiram até no clima frio; ENTENDA

A condição, chamada de hiperidrose, acomete de 1 a 5% da população brasileira

São Paulo- O suor excessivo é uma situação incômoda e que afeta boa parcela da população. Chamada de hiperidrose, essa condição pode atingir axilas, rosto, mãos e pés e impactar significativamente a vida de uma pessoa em várias áreas, como trabalho e relacionamentos.

(Foto: Divulgação)

É importante não confundir a hiperidrose com a sudorese, uma condição normal do nosso corpo e que ajuda a manter a temperatura. É normal suar quando as temperaturas estão mais altas, durante a prática de atividades físicas ou em momentos de raiva ou medo. Porém, a sudorese excessiva ocorre mesmo sem a presença de qualquer um desses fatores.

E por que isso acontece? A médica Lauren Morais, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Paraná, explica.

“Pacientes com essa condição têm glândulas sudoríparas hiperfuncionantes, ou seja, produzindo suor em quantidades maiores do que o normal. Em alguns casos, esses pacientes podem transpirar até mesmo em repouso, ao se deitar para dormir após um banho ou quando está em um ambiente fechado com ar-condicionado ligado”, acrescentou.

A hiperidrose, que acomete de 1 a 5% da população brasileira, é mais do que um incômodo físico: é uma condição que pode afetar a autoestima e o bem-estar emocional, causando constrangimento social, dificuldades profissionais, isolamento e ansiedade.

Principais causas da hiperidrose ou suor excessivo

A hiperidrose pode ter diversas causas, incluindo fatores emocionais, predisposição genética ou condições médicas subjacentes. Axilas, palmas das mãos, rosto, cabeça, plantas dos pés e virilha podem ser algumas regiões do corpo acometidas pelo problema.

Há dois tipos de hiperidrose, primária focal e secundária generalizada:

A hiperidrose primária focal aparece na infância ou adolescência, geralmente, nas mãos, pés, axilas, cabeça ou rosto. As pessoas não suam quando dormem ou em repouso. Normalmente, há mais pessoas na mesma família com o mesmo problema. Ela afeta de 2% a 3% da população, no entanto, menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico.

Já a hiperidrose secundária generalizada é causada por uma condição médica ou pelo efeito colateral de uma medicação. Ao contrário da focal primária, as pessoas com a secundária suam em todas as áreas do corpo ou em regiões incomuns. Outra diferença é que no caso da secundária as pessoas podem transpirar excessivamente também durante o sono. Ela costuma surgir na fase adulta.

Tratamentos para hiperidrose

A condição não tem cura, mas tem controle. Muitos pacientes com hiperidrose demoram a buscar ajuda médica, seja por desconhecimento ou por acreditarem que não há solução. No entanto, o diagnóstico e tratamento adequados podem transformar a qualidade de vida do paciente.

Segundo Lauren, é importante se consultar com um médico dermatologista para determinar a causa da condição, diagnosticando alguma doença ou uso de medicação.

“Ter o diagnóstico correto e, na sequência, o tratamento, trará alívio ao paciente e ele poderá ter mais qualidade de vida, longe dos impactos que afetam desde as relações sociais até a saúde mental. É fundamental manter o acompanhamento médico”, resumiu a especialista.

Há medicamentos e procedimentos médicos que podem auxiliar no tratamento, como por exemplo a aplicação de toxina botulínica para diminuir a superatividade das glândulas sudoríparas.