Manaus – Três unidades básicas de saúde em Manaus deixaram de atender a população para passar por reformas que nunca foram entergues. No total, as UBSs Megumo Kado, no bairro Educandos, zona sul, Leonor de Freitas, no bairro Compena, zona oeste e Leonor Brilhante, no bairro Tancredo Neves, zona leste da capital receberam um investimento de mais de R$ 3 milhões, mas não atenderam o prazo de entrega, dificultando o acesso da população à saúde básica no município.

(Foto: Carlos Gurgel)
As UBSs prestam atendimentos de rotina, consultas, tratamentos, vacinas, acompanhamento médico e distribuição de medicamentos gratuitos em várias zonas da capital. O fechamento de uma unidade implementada, acaba formando um efeito em cadeia, quando a população deixa receber o atendimento, dificulta o acesso e ainda superlota outra unidades.

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Em maio deste ano, o contrato da UBS Megumo Kado teve uma aditivo de mais 120 dias de duração. O prazo de entrega passou então para o final de setembro. A empresa responsável pela reforma já tem empenhado o valor integral da reforma R$ 563 mil.
O aposentado Manoel Batista, morador do bairro Educandos, questiona a demora para a entrega da obra de reforma da UBS. Ele explica que precisa sair do bairro para outra zona da cidade em busca do atendimento em outras unidades de saúde. O homem também questiona que a obra isolou áreas de lazer no entorno da UBS.
“Nós vamos daqui lá para o Joventina Dias na Compensa e tudo de ônibus porque é muito longe. O nosso prefeito David Almeida esqueceu de nós velhos e os jovens, que isso aqui que nós temos aqui é pouco e ainda tá tirando o que nós temos. A nossa pracinha, a nossa área de lazer, tudo fechado. O que esse homem pensa? Ele só pensa em reformar e nós, como é que fica?, desbafou o aposentado.

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A reforma na UBS Leonor Freitas, na zona oeste da capital, é mais uma unidade de saúde que deixou de atender a população. A obra teve contrato assinado em abril deste ano. A Prefeitura de Manaus já expediu dois empenhos, somando R$ 1,035 milhão. A vigência do contrato é até abril de 2025, ou seja, a população seguirá sem o acesso aos serviços por mais de um ano.
Com um investimento de R$ 1.468,369,74 a UBS Leonor Brilhante na zona leste de Manaus, também passa por reforma desde janeiro. A obra deveria ter sido entregue em julho, mas até o momento não há previsão de entrega e retorno do atendimento na unidade.

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Além das três unidades em reforma, outras UBSs acumulam reclamações sobre o descaso do poder público com a saúde da população. Na UBS Arthur Virgílio Filho, que fica no bairro Amazonino Mendes, na zona norte da cidade, o lixo deixou de ser recolhido pela Secretaria de Limpeza Pública (Semulsp), o que tem obrigado os próprios moradores a tentar recolher o lixo hospitalar e doméstico jogados na frente da unidade.

Lixeira da UBS Arthur Virgílio Filho. (Foto: Reprodução)
“As vezes eu mesmo vou lá dar um limpadinha, coloco em um saco e tento organizar, senão eles não levam”, disse um trabalhador.
” Isso é uma falta vergonha, porque era pra ter pelo menos aquela lixeira fechada aí”, disse uma mulher que buscava atendimento na unidade de saúde.
A equipe de reportagem esteve no mesmo local há dois meses, apontou o problema para a secretaria responsável, mas nada mudou no local.