Manaus – O lipedema está associado às mulheres, por conta dos hormônios femininos, mas a condição também pode afetar os homens, embora de forma menos comum e com menos visibilidade. A doença, que geralmente afeta as pernas, os braços e as coxas, causa o acúmulo anormal de gordura e leva à dor, ao inchaço e à sensibilidade nas regiões afetadas, e é confundida com obesidade. No Brasil, estima-se que cerca de 10 milhões de mulheres tenham a doença. Já em homens, este número no país é incipiente. Não há uma estimativa precisa da prevalência masculina, mas relatos indicam que representa menos de 1% dos casos.

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“Em homens, o lipedema é ainda mais subdiagnosticado, pois a condição já é pouco conhecida e estudada no público feminino, onde é mais prevalente, então fica ainda mais difícil entender a doença no público masculino. Isso ocorre porque os sinais iniciais podem ser discretos, dificultando o diagnóstico precoce”, comenta um dos pioneiros no tratamento cirúrgico do lipedema e diretor do Instituto Lipedema Brasil, Dr. Fábio Kamamoto.
Um dos poucos casos de lipedema em homens no país foi diagnosticado recentemente em São Paulo pelo Dr. Fábio Kamamoto.
Paciente zero – Luciano, de 64 anos, com lipedema grau 3 nas pernas, procurou o Instituto Lipedema Brasil depois de muitas tentativas com diferentes profissionais que não sabiam solucionar o seu problema. “Meu irmão dava muitos sinais de sofrimento. Ele era dinâmico, tinha vida, e comecei a vê-lo se anular. Ele começou a ter dificuldades de locomoção, de autoestima. Nenhum profissional dava uma resposta clara sobre a sua saúde”, reflete Adriana, irmã de Luciano, que retirou 17 quilos de gordura doente em sua primeira cirurgia no Instituto.
Antes e depois

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A falta de conscientização sobre o lipedema contribui para o atraso no diagnóstico e no tratamento adequado, o que pode levar a um agravamento dos sintomas e maior impacto na qualidade de vida.
“Nós do Instituto Lipedema Brasil, como centro de referência nos tratamentos clínico e cirúrgico, e multidisciplinar da doença no país alertamos para a importância de reconhecer os sinais da condição também nos homens, que incluem a presença de gordura localizada em áreas específicas do corpo, geralmente nas pernas e, em menor frequência, nos braços, e o aumento do volume da região, acompanhado de dor e sensibilidade”, garante o Dr. Fábio.
Como é o tratamento em homens? O tratamento do lipedema em homens é semelhante ao utilizado em mulheres como drenagem linfática, uso de meias de compressão e, em casos mais graves, como no caso do Luciano, cirurgia para remoção do excesso de gordura por meio de lipoaspiração. “A conscientização sobre essa condição é essencial para promover o diagnóstico precoce e garantir que não só as mulheres, mas que também os homens afetados recebam o cuidado adequado”, finaliza.