Síndrome de pica: saiba mais sobre o transtorno alimentar e diagnóstico

O nome “pica” tem origem em uma ave chamada P. pica, ou pega-rabuda

Manaus – A síndrome de pica, também conhecida como alotriofagia, é um distúrbio alimentar caracterizado pela ingestão compulsiva de substâncias que não possuem valor nutricional, como gelo, terra, papel, argila, giz e até mesmo metal. O nome “pica” tem origem em uma ave chamada P. pica, ou pega-rabuda, conhecida por sua tendência de consumir diversos objetos.

(Foto: FreepiK)

De acordo com especialistas, o distúrbio é mais comum em crianças e gestantes, mas pode afetar pessoas de qualquer idade. Entre as principais causas da síndrome estão deficiências nutricionais, como falta de ferro e zinco, e transtornos mentais, como autismo, esquizofrenia e déficit intelectual.

“O comportamento é perigoso porque a ingestão dessas substâncias pode causar danos físicos, como obstrução intestinal, intoxicação e até mesmo envenenamento”, alerta o psiquiatra Marcelo Heyde, do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR). Ele explica que, no caso de gestantes, o aumento da demanda por nutrientes durante a gravidez pode contribuir para o surgimento do transtorno.

O diagnóstico da síndrome de pica é realizado por meio de uma avaliação clínica, na qual profissionais de saúde analisam os hábitos alimentares do paciente e investigam possíveis deficiências nutricionais ou problemas psicológicos. O tratamento é multidisciplinar, envolvendo médicos, psicólogos e nutricionistas, que podem recomendar suplementação vitamínica, terapia comportamental e, em casos graves, medicamentos.

Apesar de ser uma condição pouco falada, a síndrome de pica é um problema de saúde real e deve ser tratada com seriedade. Familiares e cuidadores devem estar atentos a comportamentos suspeitos e procurar ajuda médica ao identificar sinais de ingestão de substâncias não alimentares.